Plataforma de Autoexclusão: como funciona a nova ferramenta do governo para proteção da saúde mental e prevenção ao jogo de azar
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- há 20 horas
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O uso excessivo de apostas eletrônicas — especialmente as “bets” — tornou-se um desafio de saúde pública no Brasil. Preocupado com o impacto dessa prática na saúde mental, na vida financeira e nas relações sociais, o Governo Federal lançou uma série de medidas que integram saúde, prevenção e tecnologia. Entre elas, a mais recente é a Plataforma Centralizada de Autoexclusão, já disponível para toda a população.

A seguir, reunimos tudo o que gestores, profissionais de saúde e interessados em políticas públicas precisam saber sobre essa nova ferramenta, como acessá-la e quais caminhos de cuidado o SUS está estruturando para acolher quem enfrenta dificuldades com jogos e apostas.
O que é a Plataforma de Autoexclusão?
A plataforma é um recurso criado em parceria pelos Ministérios da Saúde e da Fazenda para permitir que qualquer pessoa bloqueie, de forma unificada, o acesso a todos os sites de apostas regulamentados no país.A medida atende dois perfis:
pessoas que já enfrentam dificuldades em controlar o uso de plataformas de apostas;
cidadãos que simplesmente não desejam receber propagandas ou ter seus dados utilizados nesses ambientes.
Além do bloqueio em si, a plataforma funciona como um hub de cuidado e informação, conectando o usuário a serviços do SUS e a materiais educativos sobre saúde mental.
Como acessar e solicitar o bloqueio
O acesso é simples e ocorre pelo site do Ministério da Fazenda, utilizando login Gov.br. Veja o passo a passo:
Acesse o portal e entre com sua conta Gov.br.
No menu lateral, clique em “Solicitar ou consultar minha exclusão das plataformas”.
Escolha por quanto tempo deseja se autoexcluir. Há opções que vão de 1 mês a período indeterminado.
Selecione o motivo da solicitação (decisão voluntária, prevenção, proteção de dados, entre outros).
Confirme a operação e finalize.
Após o envio, o sistema registra a autoexclusão em todas as empresas licenciadas no país, sem a necessidade de solicitar plataforma por plataforma.
Ferramentas adicionais de apoio no SUS
A plataforma também disponibiliza:
Autoteste de Saúde Mental, acessível pelo Meu SUS Digital e pela Ouvidoria do SUS (não é diagnóstico, mas um instrumento de apoio e triagem).
Materiais informativos sobre sinais de alerta, prevenção e impactos das apostas na saúde mental.
Canais diretos para buscar ajuda, como a Ouvidoria (telefone 136, WhatsApp, chatbot, teleatendimento e formulário).
Atualmente, o Meu SUS Digital já conta com quatro conteúdos educativos específicos sobre jogo problemático.
Linha de Cuidado e teleatendimento em saúde mental
Como parte da mesma política, o Ministério da Saúde anunciou a Linha de Cuidado para Pessoas com Problemas Relacionados a Jogos de Apostas, o primeiro documento oficial que reúne orientações clínicas, fluxos e recomendações para equipes da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).
Além disso, está previsto para fevereiro de 2026 o início do teleatendimento em saúde mental com foco em apostas, em parceria com o Hospital Sírio-Libanês pelo Proadi-SUS.A oferta inicial será de 450 atendimentos online por mês, com expansão conforme a demanda.
Esse atendimento será integrado à rede presencial do SUS. Quando necessário, a pessoa será encaminhada aos CAPS, às unidades básicas de saúde ou a outros pontos da RAPS.
“Ninguém precisa enfrentar isso sozinho. O SUS está aqui para ajudar e proteger”, declarou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o anúncio da iniciativa.
Investimento ampliado em saúde mental
A ampliação das ações sobre apostas eletrônicas acompanha um movimento maior: entre 2022 e 2025, o investimento em saúde mental cresceu 70%, passando de R$ 1,7 bilhão para R$ 2,9 bilhões.Nesse período, houve:
habilitação de 653 novos pontos da RAPS;
ampliação para 3 mil CAPS em funcionamento;
criação de 6,2 mil equipes multiprofissionais para apoio em saúde mental nas Unidades Básicas de Saúde;
quase 2 mil atendimentos relacionados a jogos e apostas registrados apenas nos primeiros seis meses de 2025.
Por que essa política importa?
O avanço das apostas online no país tem impacto direto na saúde mental de adultos e jovens, gerando comportamentos compulsivos, ansiedade, endividamento, conflitos familiares e isolamento.A nova Plataforma de Autoexclusão é uma resposta concreta do governo para:
prevenir danos antes que eles aconteçam;
facilitar o acesso ao cuidado no SUS;
integrar saúde, tecnologia e proteção social;
organizar políticas públicas baseadas em evidências.
É também uma forma de apoiar profissionais e gestores que atuam diariamente na RAPS, na Atenção Primária à Saúde e nos serviços municipais, oferecendo diretrizes claras e novos instrumentos de apoio.
O Brasil dá um passo importante ao reconhecer que o jogo problemático é uma questão de saúde pública e que exige cuidado, orientação e políticas intersetoriais. Com a plataforma de autoexclusão, a Linha de Cuidado e o futuro serviço de teleatendimento, o SUS se fortalece como rede de apoio para todas as pessoas que enfrentam dificuldades com apostas, e reafirma seu compromisso com a promoção e proteção da saúde mental.



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